A
controvérsia tomou conta do pavilhão dos magarefes no Mercado Municipal de
Chapadinha.
Desde a
inauguração do local, há mais de 25 anos, funciona no pavilhão um depósito de
uso comum de todos os trabalhadores do setor, onde ficavam guardados
refrigeradores, balanças, serras e outros utensílios usados para abastecer cada
box de venda.
Ontem, o
espaço começou a ser ocupado pelo empresário Manoel Batista Aguiar, filho da
vereadora eleita Professora Vera. Batista, como é mais conhecido, mandou
remover o portão e iniciou adaptações para montar ali um ponto de venda de
frangos.
O
presidente do sindicato do magarefes, Anacleto Filho, protesta contra a
ocupação. "Os magarefes não aceitariam nem um de nós ocupando aquele
espaço, imagine alguém de fora", disse ao Blogue avisando que sua
instituição já procura meios legais para impedir que a mudança vá a frente.
Batista,
por sua vez, se diz legalmente amparado para ocupar o espaço. De posse de um
termo de cessão de uso de bem imóvel público assinado pela prefeita municipal,
o empresário justifica que a reforma do mercado deveria entregar o ponto
preparado para ele instalar seu estabelecimento, mas como a obra continua
parada ele resolveu fazê-la por conta própria.
O termo de
cessão assinado por ele e pela prefeita é datado do dia 1º de abril de 2016,
mas teve o reconhecimento de firma no cartório de segundo ofício realizado
apenas em 29 de novembro e tem vigência de 4 anos.
Novo
depósito
Por
solicitação da gestão municipal, o próprio empresário mandou construir uma
parede de gesso no setor administrativo do mercado deixando o espaço reservado
para ser utilizado como novo local de depósito dos magarefes.
Planta da
reforma
No projeto
de reforma do mercado municipal, o local cedido a Batista aparece descrito como
depósito, assim como os dois pontos ao lado, já ocupados anteriormente como
pontos de venda. "Se eu não pudesse, eles dois também não poderiam",
protesta.
Vera nega
envolvimento
Revoltados
com a mudança em final de gestão, magarefes disseram ao Blogue acreditar que a
cessão do espaço a Batista teria a intenção do governo conquistar o voto da sua
mãe na eleição da mesa diretora da Câmara Municipal.
Ouvida pelo
Blogue, a vereadora eleita Professora Vera nega qualquer relação entre os
assuntos. "Ele é meu filho, mas eu tenho minhas empresas e ele tem as
deles", disse. Batista também demonstrou surpresa. "Eu saí de casa
com 20 anos, tenho minhas próprias empresas, tudo que eu tenho conquistei com
trabalho e nem em política eu me envolvo", desabafou.
Do Blog do Braga.